segunda-feira, 4 de junho de 2018

Minha coleção – Parte IV Final – Minha coleção hoje, desafios e metas

Vejo muitos filatelistas, principalmente “das antigas”, colocando as coleções universais como num patamar inferior, quando não excluindo completamente essa forma de coleção como dita “séria”, e vou dizer, isso me incomoda muito.

O principal argumento é que é impossível completar uma coleção de selos universais. Neste ponto, não tenho como discordar. Sim, é virtualmente impossível. Mas neste ponto, uma coleção de selos do Brasil, pelo menos para mim, é virtualmente impossível de ser completada, pois não tenho (e mesmo que tivesse) R$2.000,00, R$ 3.000,00, R$ 4.000,00 para investir em um único selo (Olhos de Boi ou Inclinados de valores mais altos). É muita grana para investir em um único selo. E não é crítica que quem faz este tipo de investimento, são prioridades e escolhas que fazemos.

Como, para mim, filatelia é hobby e diversão, se eu investir, digamos, R$ 500,00 em um Olho de Boi, por exemplo, é claro que ficarei muito feliz e orgulhoso. Ao mesmo tempo, se eu pegar esses R$ 500,00 e investir em pacotaria de selos universais, consigo adquitir entre 6.000 e 10.000 selos, e terei “diversão” por, no meu atual ritmo de dedicação, um ano, no mínimo.

Desta forma, eu tive que escolher entre a possibilidade, remota, mas “realizável”, de me ater a colecionar apenas um país/tema, ou a disponibilidade de diversão quase infinita que uma coleção de selos universais pode proporcionar, com um investimento extremamente baixo.  Acabei ficando com a segunda opção.

Escolhi, para minha coleção de universais, o catálogo Scott pela língua. Sei que o Michel é muito melhor, mas o alemão, mesmo sendo eu descendente, é um dificultador. Uso ele apenas para países e emissões (principalmente de correio privado, e alguns países que, por questões editoriais) que o Scott não aborda, ou para tirar alguma dúvida quando a classificação do Scott é dúbia ou falha. Para os nacionais, a escolha, quase unânime, é o catálogo RHM, praticamente a única referência que temos. Hoje, já temos a opção, virtual e gratuita, do Catalogo CDD. Para quem está começando, atende perfeitamente. Como comecei a minha baseado no RHM, ainda continuo usando a numeração deste.
Para emissões recentes (no caso, de 2008 para frente, que é até onde vai meu catálogo), utilizo o site Colnect.  Existe também o Stampworld, mas eu, pessoalmente, prefiro o Colnect, mas acho que ambos são equivalentes em questão de informações.

Minha coleção, hoje (04 de junho de 2018), conta com 19.003 selos, já classificados e colocados nos álbuns, sendo que destes, 3.381 são do Brasil. Em termos de entidades emitentes, estou em 300.

Como esta é uma forma de colecionismo “sem fim”, tracei duas metas para mim:
- conseguir pelo menos um selo de cada entidade que já emitiu um selo
- incrementar minha coleção com pelo menos 1.000 por ano

A questão das entidades emitentes é bem complexa. Eu acabo seguindo, mais ou menos, a classificação/divisão que o catálogo Scott faz, com algumas adaptações. Por exemplo, eu separo a Rússia da União Soviética, pois entendo que são dois países diferentes. Talvez o caso mais complexo seja a Alemanha. Além de separar os estados alemães antes da unificação (cada um considero como uma entidade), separo ainda a Alemanha após a unificação, até o final da II Guerra Mundial, da Alemanha Ocidental e da Alemanha Oriental. Além disso, considero a Alemanha unificada, após a queda do Muro de Berlin, como uma nova entidade. Além disso, as emissões de ocupação, tanto na Alemanha Ocidental quanto na Oriental, também são consideradas como novas entidades. É complexo, e dá margem para discussão, mas é a forma que eu encontrei para melhor organizar minha coleção.

Coleciono preferencialmente selos usados, mas não me importo com selos novos ou CTO. Procuro sempre melhorar minha coleção, buscando exemplares melhores, ou com melhores carimbos. Selos com defeito, mantenho no álbum até conseguir um melhor, depois vai para descarte (uma caixinha que tenho e uso para decorar caixas, e deixar minhas crianças brincarem. Nunca vão para trocas.

Na coleção de selos do Brasil, primeiro iniciei buscando somente selos novos. Os usados que tinha, assim que conseguia, trocava por novos. Quando entrei na parte do império, percebi que selos novos seriam inviáveis, e gradualmente comecei a mudar toda a minha coleção para selos usados. Inclusive parei de comprar selos novos do Brasil em 2014. De 2015 pra frente, só o que recebo de trocas ou correspondências que vão para o álbum.

Parte III

4 comentários:

  1. Mais um relato interessante, Rafael. Obrigado por compartilhar. Cada colecionador tem sua história, mas vejo muitos pontos em comum entre nossas coleções. Também tenho dificuldade em me deter em só um país, e não vejo que as coleções universais e de selos usados mereçam ser menosprezadas.

    Eu foco no Brasil e na Grécia, país onde morei e que admiro. Mas coleciono um monte de outras séries e tenho temáticas (que, na verdade, são mais coleções "por assunto" do que temáticas) de esportes, ecologia e literatura.
    O importante, a meu ver - concordando com tua posição - é entreter-se e aprender com os selos e com a exploração desse mundo.
    Abraço, sigamos em contato.

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  2. Olá Rafael,
    Parabéns pelo Blog.
    Realmente é um desafio e concordo que é quase impossível fazer uma coleção com selos de todo o mundo. Mas se a opção for uma coleção representativa, ai sim pode ser viável.
    Abraço.

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    1. Romeu, obrigado. Na verdade, para mim, é virtualmente impossível fazer qualquer coleção, seja temática, seja por país, completa, sem um BOM aporte financeiro. Agora, se for para pensar apenas na diversão, temos todo o mundo pela frente.
      Abraços

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